sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cara ou coroa?

Rainha de Copas diz:
Amiga, tô fudida!

Alice diz:
Por quê?

Rainha de Copas diz:
As duas querem me ver hoje!

Alice diz:
HAHAAHAHAHAHAHAH

Rainha de Copas diz:
Alanis tá no bar, num niver, quer me ver.
E Osklen quer que eu vá pra casa dela.

Alice diz:
Ai, como eu queria ter esse dilema hoje!

Rainha de Copas diz:
Sendo que se eu sair e não passar lá, ela vai passar aqui pra ver se meu carro tá na garagem.
Assim que ela fez da outra vez.
Tô fudida na farofa!

Alice diz:
Uai, passa no bar, depois inventa que você tem prova amanhã cedo, deixa o carro na garagem e vai de táxi pra casa da Osklen.
Pronto!
:)

Rainha de Copas diz:
Ai, tô fudida, não rola.
Que merda, ficar a pé, caralho!
Hoje é dia!

Alice diz:
Quem tudo quer tudo perde...

Rainha de Copas diz:
Osklen já tá desconfiada porque sabe que peguei Alanis.
Não sabe que continuo.
Ela tá no meu pé!
Tenho dormido lá todo dia.
Ela me cuida, me mima, me dá atenção.
Uma namoradonaaaaaaaaaaaaa.
Alanis é aquilo: pais não sabem, mas ela tem liberdade.
É nova, não é independente, mas é a namoradinha perfeita pra desfilar pela city.
E agora????

Alice diz:
Cara ou coroa?

Rainha de Copas diz:
Coroa!
Sempre!
Até no joguinho.
Hahahahahaha

Alice diz:
Huaaaaaaaaaaaaaaa

Rainha de Copas diz:
Blog! Merece!

Alice diz:
Agora!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Notas de viagem - BH - Out/10 - Parte III - Final

(Continuação)

Na fila, recebo ligação de Chapeleiro dizendo que os amigos dele não iriam mais. Fiquei naquela: entro sozinha? Vou para casa dormir? Eu já estava super frustrada de não ter saído para dançar no dia anterior, então resolvi arriscar: entraria sozinha e curtiria a noite.

Ouvi um rapaz atrás de mim reclamando com os amigos que o haviam deixado na mão. Pensei, É com esse que vou fazer amizade. Puxei papo e super colegamos enquanto esperávamos séculos para entrar. Ele também era de fora e havia acabado de ficar solteiro, então rolou uma afinidade instantânea.

A espera não valeu tanto assim: a Velvet estava mais para porão que para boate. Teto absurdamente baixo, local escuro, apertado e MUITO, MUITO cheio. Mas a música estava muito boa, então dançamos, rimos das figuras exóticas e nos divertimos um bocado. Na hora de ir embora, descobrimos que estávamos hospedados no mesmo prédio, e que o amigo dele era vizinho do meu - qual a probabilidade de isso acontecer? Pequena o bastante para eu achar engraçado e ficar feliz por ter alguém para dividir o táxi e me fazer companhia na volta.

Segunda

Chapeleiro batendo ponto no trabalho e eu livre, leve e solta na cidade grande. O que um bichinho do mato do interior faz na Capital quando tem chance? Vai bater perna no shopping, oras! Passei o dia no BH Shopping: comi crepe, comprei blusinhas na promoção na Zara, fiquei chocada com um relógio Mont Blanc de R$ 35.000,00 (o que ele faz para custar tão caro? Adivinha o futuro?) e tomei um café espresso delicioso antes de voltar para casa leve e merecidamente distraída.

À noite, Chapeleiro e seus amigos resolveram, de pura zoação, irem a uma boate gay mega trash, a Estação 2000. Fomos recebidos por uma drag toda montada e, ao entrarmos, o choque: os sofás tinham almofadas DOURADAS. Juro que quis bater uma foto, mas fiquei acanhada por ser a ÚNICA mulher do lugar.

Fomos para o segundo andar, onde funcionava a pista de dança. Tive uma surpresa: para quem está acostumada a ver só gay malhado, cheiroso, barbeado e vestido em roupas de grife, ver um universo de gays coroas, baixinhos, barrigudinhos, vestidos de roupa de liquidação foi muito estranho, confesso! A gente acaba criando um estereótipo do que é o público gay e se esquece que há todo um universo de pessoas diferentes em outros lugares.

Mas o melhor da noite mesmo foi o show de drags. Teve imitação do filme Mudança de Hábito, com um travesti negão enooorme de peruca armada vestido de freira; teve esquete de patroa x empregada; teve cena de duas travas brigando para ver quem tinha mais dinheiro... E a cereja do bolo: a imitação do Show da Xuxa. A bicha cantando as músicas, de chuquinha e roupa colorida, e falando todas as bobagens que a Xuxa jamais falaria no programa, ainda que ele passasse às três da manhã. Passamos MAL de tanto rir, especialmente quando tocou a música "Quem quer pão" e a trava mordia pães de sal e os arremessava na platéia. Hilário.

Terça

Voltei para casa mais leve depois de um fim de semana muito agradável longe de casa e dos problemas. Estar com os amigos queridos é sempre revigorante.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Notas de viagem - BH - Out/10 - Parte II


(Continuação)

Já que a The L estava fechada, fomos beber algo no “2010”, um bar à meia-luz aconchegante, de música suave e público selecionado.

Chapeleiro me disse que todo ano o bar troca de nome, adotando o número do ano. Achei graça e pensei que ele estivesse me pregando uma peça, tipo aquela coisa esperto-da-Capital-engana-a-bobinha-do-interior. Duvidei, porque achei absurdo, mas ele não se rendeu – perguntou à Garçonete na minha frente se não era verdade. Ela confirmou e disse que no réveillon eles sempre faziam uma festa de reinauguração para isso. Achei genial.

Percebi que havia um casal gay sentado na mesa atrás de meu amigo. Quando Chapeleiro se levantou, eu observei um dos rapazes e o achei absurdamente parecido com um ex-peguete de um amigo meu. Fiquei pensando, seria ele mesmo? A dúvida foi desfeita rapidamente: ele usava a mesma pulseira Armani Exchange ENORME e absurdamente brega de quando eu o conheci. Bingoooooooo!


Domingo


Fomos ao Café com Letras, um misto de restaurante, bar, café e livraria. Local gay friendly, ponto de encontro obrigatório antes da balada na Josefine, boate ao lado. Comi um sanduíche de filé com tomate confit di-vi-no!

Havia um casal muito fofo ao nosso lado: ela, mulata, cabelo cacheado, corpo escultural; ele, louro, olhos claros, pele muito branca e um nítido sotaque de estrangeiro. Ambos jovens, lindos e muitíssimo bem vestidos, chiques ao máximo bebendo vinho tinto. Comentei com Chapeleiro:
- Acho o máximo esses casais improváveis, esse contraste. O amor torna a humanidade muito mais interessante com essas misturas.

O mais engraçado foi quando os pedidos chegaram: uma salada e um sanduíche enooorme com fritas. Salada para ela e sanduíche para ele, certo? Bem, o Garçom também pensou assim, mas era o inverso: a comilona era ela! Achamos muita graça do fato.

Era cedo e eu não queria ir para casa, mas meu amigo trabalharia no dia seguinte. Então ele me deixou na fila da boate para esperar pelos amigos dele, que me fariam companhia lá dentro. Na fila...

(Continua)

sábado, 16 de outubro de 2010

Notas de viagem - BH - Out/10 - Parte I

Fui para Belo Horizonte no feriadão curtir as delícias da capital e a boa companhia do amigo Chapeleiro Louco.

Sábado

Peguei ônibus cedo, com a intenção de chegar em BH na hora do almoço e aproveitar o dia ensolarado que me esperava. Na viagem, fui premiada: uma mãe com DOIS filhos passando mal – um comigo e outro com ela no banco ao lado. Ela disse que tinha esquecido de dar remédio ao meninos antes de sair. Que mãe desnaturada é essa que deixa os filhos vomitando por 4h30 porque é "esquecida"?

Almoçamos em um restaurante gostosinho e voltamos para casa para descansar. Enquanto meu amigo dormia, fiquei navegando na net e resolvi dar uma caprichada no meu perfil do Facebook, que é a nova vitrine de quem quer parecer moderno e descolado ultimamente.

Curiosa que sou, quis ver se a Falecida 1 estava por lá. Bingo! Achei o perfil e vi que tinha 3 fotos dela. Contei o fato para o Chapeleiro depois:
- No facebook da Falecida 1 tem só três fotos - todas de rosto e de close. Sabe o que isso significa, né?
- Não, o quê?
- Que ela engordou HORRORES e não quer mostrar isso. Só a internet para nos proporcionar esses prazeres sórdidos...

À noite, ao sairmos, Chapeleiro me vem com a tirada irônica:
- Sabia que aqui em BH tem um bairro chamado Gorduras?
Morri de rir.
- Sério? Que engraçado!
Ele, muito sacana, e aproveitando o gancho da tarde:
- A Falecida 1 deve ser de lá.
Demos gargalhadas no ponto de ônibus.

Comemos bruschettas no café do cinema e assistimos a um filme francês delicioso chamado "O Pequeno Nicolau". Há muito tempo eu não ria tanto, de chorar - literalmente - em uma sala de projeção. Filme leve, inteligente e MUITO divertido, recomendo.

Adoro bruschettas (com trocadilho, por favor!)

Eu quis esticar na The L, uma boate sapa famosa de lá, mas, para minha tristeza, estava fechada para reformas.

(Continua)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Qual a sua sorte?


Em viagem a trabalho de carro essa semana, passamos, eu e uma colega da empresa, em frente a um acampamento de ciganos. Eu achei graça da cena – aquele monte de barracas com roupas
coloridas estendidas nos varais improvisados – e disse que não via aquilo há anos. Ela me contou uma história muito divertida de quando era criança e estava indo à padaria, mas uma cigana a interpelou no meio do caminho e fez previsões catastróficas ao ler a mão dela. Ela me disse que, muito assustada com as tragédias previstas, acabou entregando o dinheiro do pão para que o “feitiço” fosse desfeito. Sorte que a mãe dela riu da história quando ela chegou em casa de mãos vazias – mas com o futuro salvo.

Eu sou uma pessoa cética, que nunca foi a Cartomantes, Astrólogas e Quiromantes, porque eu não acredito que alguém tenha o poder de prever o futuro ou alterar o destino de outras pessoas. Acho muita graça quando leio panfletos oferecendo a clássica: “trago a pessoa amada em 3 dias”. Três é a média, né? A pessoa naquela urgência de amor não tem tempo de ficar esperando muito mesmo...

Ah, seria tão fácil se uma bruxaria pudesse resolver nossos problemas! Chefe mala te perturbando? Faça um bonequinho vodu, espete nele uns 5 alfinetes e pronto! Manso feito um gatinho! Tá sobrando dia e faltando dinheiro no fim do mês? Coloque 5 moedas em um pires, acenda uma vela verde e pronto! Salário triplicado no próximo contracheque. Aquela gata linda do seu trabalho não te dá mole, apesar das insistentes investidas? Roube uma caneta mordida do porta-lápis dela, espete em uma calcinha usada ainda quente do corpo e enterre no jardim – paixão garantida em uma semana!

Acho que essas mandingas fazem tanto sucesso porque muitas vezes queremos uma solução fácil para nossos problemas, ao invés de criarmos coragem para enfrentá-los – ou nos conformarmos que alguns deles simplesmente não têm solução. Analisar situações, tomar decisões e assumir as responsabilidades pelas conseqüências é mesmo tarefa difícil. Mais cômodo entregar o destino nas mãos de outra pessoa e deixar que ela leve a culpa caso algo dê errado...

Leitoras, vocês acreditam em previsões? Consultam Tarólogas e afins? E qual tem sido o resultado para vocês?