Tenho feito neste verão – sempre que São Pedro deixa – caminhadas no fim do dia no campus da universidade. E tenho observado uns tipos bem engraçados por lá...
O workaholic, que não se desconecta nem quando está de short e regata. O sujeito corre e fala ao celular: o aparelho fica suado como o dono e a conversa sai toda truncada, conforme o telefone sobe e desce nas passadas e o fôlego permite ou não o diálogo:
- Compra tudo, porque... Arf... barato. E vê se encomenda... Arf arf... porque esse lote... Arf... Financiado não dá porque... Arf arf arf...
O casal apaixonado, que não se desgruda: anda o tempo todo de mãos dadas, ainda que o passo dele seja duas vezes mais rápido que o dela. Geralmente estão mais passeando que fazendo caminhada, porque é impossível andar em ritmo acelerado e sincronizar mãozinhas. Sempre que vejo um desses, me pergunto onde termina a paixão e onde começa a posse. Nunca sei.
O dono de cachorro, que quer aproveitar a caminhada para fazer o bicho se exercitar também. Morro de pena dos cães menores, como poodles, que precisam acompanhar o passo de quem está correndo. O animalzinho quase enfarta depois de duas voltas. Pior são os cães que deixam “presentinhos” no caminho para você pisar, feito minas terrestres malcheirosas, que explodem em sujeira sob seu pé quando você dá uma passada mais apressada e desatenta.
A pistoleira-periguete, que está sempre maquiada e com o cabelo chapeado preso na buchinha. Usa calça estampada de oncinha, muito justa, com meia grossa por cima da legging cobrindo toda a canela; o top sempre tem um decote provocante. O tipo não possui idade certa: varia dos 20 aos 50 anos e não tem como objetivo se exercitar, mas observar os sarados (sejam eles coroas ou não) e tentar seduzir algum deles com um flerte atlético. Seu negócio não é malhação, é pegação.
(Continua...)
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Escrito com ajuda especialíssima de Rainha de Copas
10 comentários:
hahah.. essas observações sao boas.. no meu bairro eu sempre encontro... a gordinha guerreira que luta contra a balança, o casal nao mais apaixonado.. q caminham juntos sem trocar uma palavra, o malandrao.. q soh qr jogar charme e seguir as piriguetes
Eu tbm faço minhas caminhadas e não tem como não observar certos tipos, né? Dos citados, o que me chama atenção são os casais que fazem a caminhada de mãos dadas..rs..sempre eu comento: por que eles não se largam e andam mais soltinhos, leves, hein, hein?! E outra é que qdo. a gente faz caminhada tem que ter a postura certa dos braços, oras!
Fabíola
caminhando huuum, além de inteligente ainda é saudável!
Anônimo, assim eu fico sem graça... X)
As piriguetes tem em todo lugar né...
Acho os detalhes mega importantes, o post ficou cômico, mas é real isso não só em caminhadas, mas a ida na padaria, as compras no mercado.
Também não podemos fazer um retrato cômico da prática física, sem dar mérito aos que realmente saem de casa com o intuito de melhorar sua qualidade de vida.
E a impressão que você está passando,Alice, é que você é a do tipo que sai pra supostamente "caminhar", quando na verdade só fica se preocupando com a vida alheia. Pense que, no mínimo, essas pessoas são dispostas.Beijos, adoro o blog, mas esses posts não foram tão felizes.
Anônimo, que mal humor! Aposto R$1,00 que vc é Professor(a) de Educação Física ou algo parecido. Deveria encarar a vida com mais leveza, não leve as coisas tão a sério... O blog é de humor, não de treinamento esportivo. E da próxima vez que for criticar, pelo menos saia do anonimato e dê a cara à tapa: criticar sem se identificar é tão covarde!
Olá, Alice!
Eu não sou educadora física nem nada do tipo...Sou uma garota de 19 anos, universitária, que tem o costume de correr todos os dias, por prazer mesmo, e pelo fato de fazer um bem danado para saúde. Não sou mal humorada, juro! Só senti uma forte hostilidade da sua parte contra os corredores e afins. Senti os posts um pouco agressivos. Mas pelo visto eu te levei a mal, e você a mim também... Só quero reforçar que adoro o Alice's, caso contrário, não estaria aqui novamente. Ah, e eu não me identifiquei porque não tenho blog e seria apenas um nome, mas identifico-me agora.
Beijos,
Renata.
Renata, o que mais me entristece é quando as pessoas não entendem o que eu quero dizer. Faz parte do ofício, eu sei: quando se escreve em um blog, nem todos os leitores estarão na mesma sintonia que a gente e cada um absorve a mensagem conforme suas convicções. Acho que foi isso que ocorreu - falei A, você leu B...
Eu não tenho hostilidade nenhuma com corredores e afins, pelo simples motivo que sou um deles. Eu apenas quis retratar os tipos engraçados que vejo por lá. Ponto. Não extrapolemos a piada...
O humor é ácido, eu reconheço, mas se você entra sempre aqui, já deveria ter se acostumado comigo, moça...
Beijo!
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