Num modelo sem conforto,
Muito rosa e meio torto,
Lá se foi ela trajada.
Muitas carnes abundantes,
Profusas, luxuriantes,
Ela exibia honrada.
Dá-se assim desde menina,
Vaidosa heroína,
Não é de muito recato.
Em casa, poucos proventos,
Com ela, mais três rebentos,
Queria o bacharelato.
Muito cheia de atitude,
Mostrava toda a saúde,
Só que tentaram lhe impedir.
Por ter tanta vaidade,
Lá na universidade,
Começaram a repetir:
Joga pedra na Geisy!
Joga pedra na Geisy!
Ela é feita pra estuprar,
Ela tem é que sumir!
Ela mostra o bumbum,
Maldita Geisy!
Um dia surgiu, brilhante,
Na Uniban, flutuante,
O pequeno vestidim.
Pairou sobre os corredores,
Assustou os professores,
Com um enorme quadril assim.
Toda a barangada,
Se quedou paralisada.
Um monte de mocréia!
E o vestidim berrante,
Com recheio cativante,
Muito agitou a platéia.
- Puta, gritava a metade,
Com ódio e crueldade.
Todos começaram a rir.
- Estupra, um bobo inflama.
E aquela jovem dama,
Correndo teve que fugir.
Essa dama era Geisy.
Só podia ser Geisy!
Ela é feita pra estuprar,
Ela tem é que sumir!
Ela mostra o bumbum,
Maldita Geisy!
Mas de fato, logo ela,
Tão coitada e tão singela,
Cativara um bicheiro.
O bandido tão vistoso,
Tão temido e poderoso,
Era dela, prisioneiro.
E convocou a donzela
Pra sair na passarela.
Ela aceitou sem caprichos.
Tirar o vestido pobre,
Mostrar o que ele encobre,
Foi chamada? São bochichos.
Quando viu a histeria,
A imprensa em romaria
Foi beijar a sua mão.
Seu Casseta de joelhos,
O Faustão de olhos vermelhos,
E a Gimenez com um milhão.
Vem se revelar, vem Geisy!
Vem se divulgar, vem Geisy!
Você pode se mostrar,
Você vai se exibir!
Você exibe o seu bumbum,
Bendita Geisy!
Foram tantos os pedidos,
Tão teimosos, tão sentidos,
Que ela não temeu fiasco.
Para fama alucinante,
Entregou-se num instante,
Do sucesso não tem asco.
Pra TV correu ligeira,
Despontou toda faceira,
No vestidim decotado.
O Diretor não sabia,
Que ficara numa fria,
Por havê-la expulsado.
Pela mídia, intimidado,
Voltou atrás, alarmado,
Se pudesse, ia sumir.
Mas logo raiou o dia,
E a cidade, em cantoria,
Não deixou ele dormir:
Tira outra foto da Geisy!
Faz outro vídeo da Geisy!
Ela agora só vai brilhar!
Ela agora vai reluzir!
Ela mostra o bumbum,
Bendita Geisy!
Música livremente inspirada em "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque. Muitos fizeram esta associação, eu também não pude evitá-la. Essa foi a minha forma leve e bem humorada de comentar sobre o assunto Geisy/Uniban.
Neste caso eu defendo a Geisy, pois ficou claro que não temos qualquer respeito às individualidades no Brasil. A reação absurda, desrespeitosa e desproporcional dos alunos é comprovação que ainda vigora em nossa sociedade essa visão machista idiota de "Ela estava vestida de maneira vulgar, pediu para ser ofendida!". Nenhum homem sem camisa ou de calção sem cueca jamais foi agredido dessa forma, o que demonstra que nós mulheres ainda não somos mesmo donas de nossos corpos. Há ainda um longo caminho a ser trilhado...
Neste caso eu defendo a Geisy, pois ficou claro que não temos qualquer respeito às individualidades no Brasil. A reação absurda, desrespeitosa e desproporcional dos alunos é comprovação que ainda vigora em nossa sociedade essa visão machista idiota de "Ela estava vestida de maneira vulgar, pediu para ser ofendida!". Nenhum homem sem camisa ou de calção sem cueca jamais foi agredido dessa forma, o que demonstra que nós mulheres ainda não somos mesmo donas de nossos corpos. Há ainda um longo caminho a ser trilhado...