Depois de um longo jejum literário, cá estou para divagar sobre minhas andanças e mudanças por conta do meu novo romance.
Acho que já foi mencionado aqui a respeito do Brotinho Rural... Trata-se de uma menina doce e linda que apareceu na minha vida há 2 meses. O apelido não é em vão; mesmo morando a 1 hora e meia de mim, em uma cidade próxima, mas no Espírito Santo, ela é o avesso das mulheres que passaram na minha vida e até mesmo de mim! Sem desmerecer qualquer pessoa por causa de sua aparência e/ou preferência, aproveitando o clima bucólico, vou matar a cobra e mostrar o pau (uinnnnn!).
De início, uma superficial divergência: é a primeira loira com a qual me relaciono! Verdade, nunca sequer me atraí por uma... Meus olhos sempre priorizaram a busca pelos longos cabelos escuros. Próxima: ela tem 25 fucking anos! Desde quando eu, no alto das minhas 26 primaveras, me relaciono com fedelhas!? Ok, ok... Isso já havia acontecido! Mas foram apenas duas vezes: a minha 2ª namorada tinha a minha idade e a minha (hummmm... tô contando nos dedinhos... de UMA mão, calmaaaa!) 4ª fofete era cinco anos mais nova. Porém, a minha preferência, aquela que flui no meu coração, compreende a faixa dos 30 aos 45 anos.
Na primeira conversa pelo MSN, ainda pude perceber que a pessoa também não era muito amiga da ortografia. Exemplos mais corriqueiros: voÇê, moÇinha, suBStimar, mais x mas e mau x mal (acho que ela não sabe a diferença), enTERtida... Sim, eu sei, já foi dito que não queremos professoras de português, só que me irrita o fato de deixar passar batido porque eu tenho a feia mania de corrigir; chamo atenção e corrijo mesmo. Não é por maldade e sei que todo mundo está sujeito... Além do mais, ninguém tem obrigação de ser louca como eu, que diante da dúvida, apelo para os sinônimos, para o Aurélio ou, simplesmente, deixo pra lá e parto para o próximo assunto da pauta (só em último caso, mesmo!). Acontece que o meu comportamento doentio da correção ainda está esbarrando com a nossa jovem intimidade! Às vezes eu até consigo dar um drible e, sutilmente, repito a palavra de maneira correta, pra ver se a luz da sabedoria acende do outro lado... Porém, com esta tática não tenho obtido muito sucesso e isso sim, me deixa duplamente rebelde: ver que o mesmo erro ataca novamente e diante disso, passo como a burra da vez, já que insistindo assim, ela deve jurar que está certa.
Saindo do mundo virtual, nosso primeiro encontro foi em sua cidade, numa espécie de feira agropecuária. Se não me falha a memória, a última vez que pus os pés em uma, eu devia ter uns 12 anos. Definitivamente, o programa não tem nada a ver comigo. Ou pelo menos, tinha tudo pra não ter... Pois é, o que estava fadado ao fracasso, na verdade, significou grandes reflexões em minha vida.
De cara, pela recepção, percebi que a moça atenciosa, carinhosa e simpática que conversava comigo enquanto me mostrava o lugar, não era qualquer uma. Aquele ar de menina do interior, alegre e tímida, fascinava (sem exageros) todo o meu ser. Eu achava tudo lindo: do jeito com o qual cumprimentava as pessoas até o modo como dançava ao som de Zé Ramalho... De algum modo, seja como for, eu pensava, gostaria de tê-la em minha vida; de verdade, eu precisava de um pouco daquilo que nela sobrava: apreciar as coisas simples da vida.
Claro que a convivência trouxe mais algumas milhões de diferenças e elas gritam, por exemplo, sempre que vamos ver TV, escolher um filme ou um CD, quando pensamos no que queremos fazer no final de semana, na roupa que vestimos e mais em um monte de coisas! Não vou dizer que é fácil... Aliás, sempre fui bastante realista e hoje, se fosse para falar do nosso futuro, por mais que esses dias estejam sendo m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o-s e que a gente esteja se amando e se curtindo muito, penso que mesmo dispostas a ceder e a tolerar, o que restará será o que carregaremos, uma da outra, pra nossas vidas. Como eu serei feliz, se estiver errada...
Entretanto, converso com ela sobre o presente - para mim, é o que realmente importa - no quanto está sendo gostoso trocar a noite barulhenta regida pelos meus amados DJ's de rock-techno-house-electro-minimal-breaks, por uma boa noite de muito aconchego deitada numa rede sob a luz das estrelas (sério! A casa dela é uma mini-fazendinha!) ou optar por filmes da Disney em vez dos meus documentários da History ou Discovery Channel. E ainda, no quanto é delicioso não ter vergonha de dançar um forró "póca-ovo" (é isso mesmo! Agora imaginem o porquê!), afundar o salto e o carro na lama, falar das derrotas sem medo de ser feliz, tomar cachaCinha (sem cedilhas, por favor!) artesanal em casa só pra ficar lesa (a gente não bebe), dar gargalhadas homéricas com piadas podres, participar - sem fazer carão - de assuntos que não levam a lugar algum, dentre muitas outras coisas que eu, que já sou moleca, não fazia, desconhecia ou achava que era perda de tempo.
Independente do quão longe essa relação chegará, posso dizer que tive a sorte de todos esses aprendizados e lições chegarem até mim sob a forma de um Brotinho Rural (aliás, foi ela que se definiu assim) de cabelos amarelos, por e com quem canto alegremente: "ow, ow, ow que vida boa, ow, ow, ow, que vida boa..." by VITOR e LÉO (what fuck is this!? Who cares...)
É... eu, a sapa urbanóide, caí na lagoa!